tag:blogger.com,1999:blog-2789816005046904172024-03-13T10:09:48.790-07:00Lá onde o vento faz a curvaAna Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.comBlogger100125tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-85063285573648286072024-02-19T11:51:00.000-08:002024-02-19T11:51:12.555-08:00AMOR DE ILHA<p> </p><h3 style="text-align: left;">Sonhei que meu amor de ilha<br />me cobria toda com um beijo mar.<br />Ele era doce, não salgado, e me derretia<br /> nas suas mãos, esquentava.<br />O calor suava, fazia o ar girar<br />e meu corpo em redemoinho<br />convulsionava o oceano do seu desejo.<br />Água, enfim!<br /> Dois corpos (rios) entrelaçados <br />sob o orvalho da pele de uma manhã. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></h3><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
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<p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-469840348898636162022-04-14T22:00:00.004-07:002022-04-14T22:22:05.917-07:00Pecado original<h3 style="text-align: left;"></h3><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: small; font-weight: normal;"><span><span>Não se preocupem, nós sempre seremos as culpadas.<br /></span></span>Eu fui culpada pela doença de minha mãe.<br />Ela foi culpada por ficar doente.<br />Foi culpada por não conseguir se curar de um
câncer maligno.<br />Por não conseguir voltar para casa e facilitar a
vida do filho.<br />Ela perdeu os movimentos do corpo mas se esforçou<br />a ponto de quase morrer engasgada para engolir umas
colheradas de sopa quando foi ele que a alimentou.<br />Eu fui culpada por não passar a mão na cabeça do
único irmão,<br />de coração peludo me chamaram.<br />Já devia estar acostumada,<br />aproveitar
a condenação mas não,<br />a gente ainda sofre e acredita na acusação.<br /><br /></span></h3><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: small; font-weight: normal;">Um dia decidi que não teria filhos para poder
morrer em paz,<br />Quanta ilusão! Sou mulher e a culpa é minha!<br /><span style="line-height: 115%;"><span>Fui eu quem comeu da maçã!</span></span></span></h3><p class="MsoNormalCxSpFirst"><o:p></o:p></p>
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<p class="MsoNormalCxSpMiddle"><o:p></o:p></p>Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-46249423272391711262021-10-05T09:47:00.004-07:002021-10-05T10:13:27.366-07:00Gravidade<p>Entre a autocompaixão e o flagelo</p><p>Noventa graus</p><p>Não existe ponto de equilíbrio no cair</p><p>marcado pelo vértice,</p><p>meu corpo pêndulo</p><p>tomba e derrama água</p><p>salgada com sangue.</p><p><br /></p><p>Vai, balança! </p><p>Deixa pesar na volta.</p><p>Vai, esfola! </p><p>Deixa rasgar a pele.</p><p>Vai, levanta! </p><p>Desapareça. </p>Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-4704714025439712032021-07-11T10:39:00.003-07:002021-07-14T15:23:03.716-07:00Cartum<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Os olhos não estavam em lugar nenhum<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Das narinas, o ar <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Saiu curto e apressado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Entregou a raiva com um beijo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">Foi para mim</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">mas não era por mim. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Ele não gostava de gostar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">As ruas continuaram secas<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Os pássaros tristes<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Naquele inverno</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Nem um pouco de chuva caiu<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Para lamentar a miséria<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Daquele sorriso em pedaços </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt;">De papelão.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-49382563378848376162021-06-24T16:40:00.004-07:002021-08-09T14:02:51.660-07:00"Despejo na Favela"<p> </p><p class="MsoNormal">De volta ao quarto, a recomendação do médico foi para que a
cercássemos das coisas de que gostava. Assim, vários CDs, das músicas que
costumava ouvir em casa, foram levados para o hospital. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Chopin e Bach eram os que eu mais colocava pois ela gostava
muito de música erudita, mas um do Edson Cordeiro, com canções variadas, também
se fez muito presente naqueles dias. Deste álbum, sabia que as
preferidas eram<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ombra Mai Fu - Lascia
ch'Io Pianga (Handel) e Ave Maria (Vicente Paiva e Jaime Redondo), mas como eu geralmente
deixava os CDs rodarem inteiros, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o samba
Despejo na Favela ganhou um sentido único, tornando-se uma espécie de oração de
despedida para mim. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O samba de Adoniran na versão de Edson Cordeiro é
acompanhado por um tambor que lembra uma batida lenta de coração ou um cortejo
fúnebre. Já o verso “é uma ordem superior” não me deixava esquecer que nada podíamos
contra sua doença: <span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; font-size: 10.5pt; line-height: 107%;">“</span>É uma ordem superior<br />
Ô, meu senhor<br />
É uma ordem superior<br />
Ô, meu senhor<br />
É uma ordem superior”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Meu mundo estava desmoronando e a música dizia: “Dentro de
dez dias quero a favela vazia<br />
e os barracos todos no chão”. Era mesmo isso: estávamos fora de casa, em uma
cidade que não era referência para nós, vivendo em um hospital situado à Av. da
Saudade e talvez não tivéssemos ali, juntas, mais do que dez dias restantes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A canção continuava e agora tentava tranquilizá-la
de que eu sobreviveria:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Pra mim não tem problema<br />
Em qualquer canto eu me arrumo<br />
De qualquer jeito me ajeito<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Depois, o que eu tenho é tão pouco<br />
Minha mudança é tão pequena<br />
Que cabe no bolso de trás”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Eu sobreviveria porque
não havia outro destino. Quando tudo aquilo tivesse terminado minha vida não faria
mais diferença. </p><p class="MsoNormal">A canção, então, chegava em sua última estrofe, nós
nos entreolhávamos – ou não – e o pesar já não era por mim mas pelos seus
irmãos, aos quais ela sempre deu a maior assistência; e pelo seu primeiro filho,
pois ela acreditava que ele não era feliz.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Mas essa gente aí, hein?<br />
Como é que faz?<br />
Mas essa gente aí, hein?<br />
Com'é que faz?” <o:p></o:p></p>Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-62305549570138797862018-08-27T17:08:00.002-07:002018-08-27T17:21:24.259-07:00Poema para a covardia dos tempos<div class="MsoNormal">
Só sei que
quando é para</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ser do
jeito que a gente quer<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A gente faz
dar certo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Nem que o
certo seja errado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
Faz dois
mais dois virar cinco</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Faz
mosquito virar brinco<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Faz
besteira parecer inteligência <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Torna caixa de marimbondo, chapéu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Só sei que
se for para<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ser do
jeito que a gente quer <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Até mais
burro a gente fica<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Tapa o sol
com a peneira,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Coloca a
viseira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Grita para
não ouvir!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Do jeito<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Do jeitinho
que a gente quer<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Acreditar (para não morrer de medo)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A gente vai<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Plantando pedra<o:p></o:p></span></div>
Dando cabo
da felicidade.Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-58033664092366157882018-03-11T17:23:00.001-07:002018-03-11T17:26:55.434-07:00<br />
<div class="MsoNormal">
Sou uma fêmea</div>
<div class="MsoNormal">
Fêmeas não têm direitos</div>
<div class="MsoNormal">
Fêmeas não são gente</div>
<div class="MsoNormal">
Fêmeas são máquinas da natureza</div>
<div class="MsoNormal">
Cativas da vida, cativas de homens, cativas de crias,
cativas de família, cativas do sistema.</div>
<div class="MsoNormal">
Produtoras de carne, produtoras de sangue, produtoras de alimento e força de trabalho</div>
<div class="MsoNormal">
Reprodutoras </div>
<div class="MsoNormal">
Vacas, porcas, cadelas...</div>
<div class="MsoNormal">
Só as putas são mulheres,</div>
<div class="MsoNormal">
Só as bruxas são humanas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
E só as filhas de uma puta mostram os dentes pela própria liberdade. </div>
<br />Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-27996666645301124292017-11-02T15:13:00.002-07:002017-11-02T15:13:22.290-07:00<div class="MsoNormal">
Me ame, me ame, me ame</div>
<div class="MsoNormal">
como se ama uma
paisagem paradisíaca! </div>
<div class="MsoNormal">
Sinta o meu bem como se respira o ar fresco da manhã</div>
<div class="MsoNormal">
E não me queira. </div>
<div class="MsoNormal">
Não me queira caída no chão de sua casa,</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Entre suas quinquilharias.</div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-4992196212939501872013-09-01T13:32:00.001-07:002013-09-01T13:32:44.831-07:00<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Estávamos
no tempo das lembranças fantásticas: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Éramos
todos vaga-lumes da floresta cega.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Éramos
todos bocas abertas da planície sem ar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Cantávamos
mímica <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">e
sacudíamos os iluminados traseiros lá, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">na noite
única do esquecimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ninguém
nunca soube. <o:p></o:p></span></div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-64612745499124011362013-06-08T17:47:00.000-07:002013-06-08T17:47:54.767-07:00<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Pego por
várias arestas...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Mas seria
possível: uma coisa ser geométrica e não tem forma alguma? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Pois é
assim com as coisas quebradas. Pois é assim com as distâncias infinitas. Assim
comigo. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Habito horizontes que nunca vi. <o:p></o:p></span></div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-84634669499135694992013-06-08T17:05:00.000-07:002013-06-08T17:05:21.824-07:00Fim Imperceptível<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não precisa
dizer nada,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O tempo bastará.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Como
bastou outrora <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">o desejo e
a indolência nas superfícies quentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Passaremos
por esta manhã <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"> (E algumas mais)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A deixar
aquele sonho deformar-se<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">- E um
bocado dos nossos doces olhares - <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Até que não
nos reconheçamos mais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Sem
respiração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Sem
acusação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ambos
cobertos por roupas</span></div>
<div class="MsoNormal">
indiferentes àquelas
reluzentes sensações. </div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-23836903013252916002013-03-29T16:33:00.003-07:002013-03-29T16:33:55.498-07:00Do ar: humores transparentes<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Pula a
bolha <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Na minha
blusa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Lambuza <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">De película
tonteante<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O sabão –
alquimista valente a voar em revoluções diáfanas coloridas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Na roupa
colou, estourou,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">babou toda
sua alegria... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">(visco
flutuante)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A veste
adoçou o sabão de vermelho... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Então ele
disse adeus ao sonho de ser nuvem, </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">E
ela: </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">ficou toda molhadinha. </span></span></div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-49762217750633251762013-01-18T17:57:00.000-08:002013-01-18T18:13:14.462-08:00Insustentável<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Nalgum lugar sem tempo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">sinto seu corpo jovem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">No poço
de minhas mágicas aletrias<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">você existe várias vezes, você existe <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"> várias formas, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"> fluindo
por todos os ramos de minha árvore sanguínea.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">No lastro dos meus sonhos <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">você
está vivo: todo sorrisos,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">esquecido
dos amores de outras noites.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Diz palavras </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">labirintos </span>para meus ouvidos</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">como quem de repente acode um nascimento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">E então mais uma vez puxo-lhe<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
do fundo infinito eu </div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">para ter
suas mãos na boca cega do meu desejo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Depois da realidade,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">dentro de mim, você é assim: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">o homem cansado da máscara da tragédia <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">que se liberta e vem <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">com
vontade de ser mais. <o:p></o:p></span></div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-4153281413936942592012-11-16T12:50:00.001-08:002012-11-16T12:52:44.618-08:00A Folha Solta<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Atacada de
liberdade, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Perseguiu-me
desesperada, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Rolando
suplicante pelo chão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Dei de
banda, pois, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não queria
ouvir o seu lamento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Porém,
quando bateu à porta a noite, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A notícia:
a folha estava morta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">E foi de
golpe de vento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Seu cadáver
na minha porta,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Com a culpa
indesculpável a seu lado<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Indagando-me:
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Por que não
acudi a tempo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Sem razão,
e já com a infeliz sobre a mão, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Disse-lhe
baixinho, envergonhada:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não entendi
que clamava pela árvore mãe, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Tomei-lhe
por vegetal a lastimar a independência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Hoje, na
tarde de ventania – eu não sabia – <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Fui seguida
por uma folha livre <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Que morria...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-40360802156974315802012-11-14T15:33:00.000-08:002012-11-14T15:33:08.156-08:00Da matéria<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">E as horas
que caem dos telhados<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">deixam cruas
as distâncias entre meus lados.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Vida de
misturas viscosas, <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">envelhecendo
acordada (não cozida)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">dentro da
geometria temporal <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">dessa
esperança lúdica, <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">talhada
humores lúbricos,<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span lang="PT-BR">na gosma desvairada de coisas infinitas: </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">Sentido Mundo.</span><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"> </span></span><span lang="PT-BR" style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"> </span></div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-77239915054382939092012-11-01T17:40:00.001-07:002012-11-01T17:40:13.542-07:00De dores, as mais delicadas Sabe do que eu precisava?<br />
Eu precisava da ajuda de uma estrela triste.<br />
Aprender como ficar pequenininha, pequenininha,<br />
até desaparecer.<br />
<br />
Saber como apagar, apagar,...<br />
no dever de ser fiel somente à discrição deste universo escuro.Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-85349439604850806502012-11-01T17:29:00.001-07:002012-11-01T17:29:22.748-07:00Só sou<br />
Não sei<br />
Um coração a bater a esmo.Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-65171308755163207812012-10-21T18:38:00.001-07:002012-10-21T18:38:29.491-07:00Divagações de Uma Noite Estática<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Vamos ao que interessa: esta noite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Não há vento. As árvores estão duras,
plasticamente paradas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Só há insetos pesados à minha volta. Aqueles
cascudos cujo calor faz despencar do céu para a morte do amanhecer. Amanhã
estarão todos mortos de pernas para cima, bamboleando sobre a casca oval. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Estou parada como o ar. Não conseguiria muitas
palavras esta noite. Não conseguiria as
muitas pessoas daquela praça esta noite. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Estou morna como o ar. Quieta como o vento.
Atrás de minha pele tudo é morno também. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Esta noite é matéria orgânica. É dia. Os homens
podem andar sem camisa nela – e o fazem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Só penso em uma pessoa. Nesta noite morna. Não
sei o que penso, vejo. Peso. Sopé. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Silêncio combina com calor ou com o frio? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Com calor tudo parece mudo, tudo parece bobo.
Um assassinato: bobo. Um grito: fútil. Uma dor: inútil. Com o frio a razão se assemelha. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">.........................................</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Fala baixinho, Ana. Cochicha para essas paredes
o que você não pode enunciar aqui. Elas são discretas, brancas para disfarçar o
que não tem tamanho. Eu sou branco
também, um simulacro de papel; como vê. Mas eu falo alto demais, e as paredes
não vagueiam como eu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Fala para elas o que eu sei antes de você. Fala
dos seus vícios, das suas brechas, da sua falsa desfaçatez. Conta de seus
desejos e de suas insalubres ideias. Não liga, não. As paredes são aliadas:
guardarão para sempre – mesmo depois de caídas – tudo seu que só cabe a elas. <o:p></o:p></span></div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-10261937107782529262012-10-11T20:43:00.000-07:002012-10-12T22:28:25.428-07:00A lasca vespertina.Um dia deflagrado.<br />
Uma cadeira mirando outra.<br />
Três velhos compenetrados<br />
no chão.<br />
<br />
Alguns livros bagunçados na parede.<br />
Minha catástrofe em cinza tarde<br />
a mirar<br />
<br />
(vinte para as quatro no relógio)<br />
<br />
uma gélida emoção.<br />
<br />
E lá estava esquecido o buraco vespertino:<br />
no meio do colo deste meu derrame bobo. <br />
<br />
<br />Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-58049413569107653292012-10-09T08:12:00.000-07:002012-10-09T08:12:08.470-07:00Ainda Anonimus Nus O azul arde quando há lua,<br />
crua.<br />
Pura carne,<br />
vermelha e nua.<br />
<br />
<br />
O azul arde <br />
quando flutua<br />
A noite adentro.<br />
<br />
E eu na tua <br />
<br />
Espera.<br />
<br />
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-19904534070810060622012-10-05T16:36:00.001-07:002012-10-05T16:36:45.699-07:00Anonimus nusO azul ardente<br />
À noite dura.<br />
<br />
As falácias vivas<br />
A alma (a)pura.Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-88545269919693606172012-09-30T14:02:00.000-07:002012-09-30T14:03:23.237-07:00Na janela,<br />
de repente<br />
um pássaro.<br />
<br />
Não,<br />
um ACONTECIMENTO!<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">Constatação de Íris </span><br />
<span style="font-size: x-small;">(fantástica criança, neta de um grande amigo).</span>Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-37521154091358778342012-09-30T13:20:00.000-07:002012-09-30T13:20:22.564-07:00Esses presentinhos que nos chegam dos amigos pelas luminosas fibras óticas.<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">(De Bruno Darcoleto Malavolta):</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ana é
talvez de luzes</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">de Vasco e
Cellos sob um nevoeiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Música
ofuscada<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">entre
folhas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Desfeito o
ninho, é<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">pássaro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">sem
espécie:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">é inútil
seguir Ana, que sem guia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">não
obstante obscura se irradia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">(Que
caminho seguir a seguir Ana?)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Orfeu,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Eurídice,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Antígona,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">antes
Luísa,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">depois Ana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Doce Ana:
mato em flor, flor de mato.<o:p></o:p></span></div>
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-73276521851493921142012-09-28T18:50:00.001-07:002012-09-28T19:05:56.097-07:00A Realidade da HipóteseO povo chega aqui buscando coisa.<br />
Eu cheguei buscando coisa.<br />
Eu cheguei buscando o mundo,<br />
mas o mundo das coisas,<br />
o mundo das minhas certezas ocultas,<br />
minhas (des)confianças todas.<br />
Aquilo de que sei<br />
mas não sei dizer,<br />
não sei fazer,<br />
não sei dançar.<br />
<br />
Cheguei aqui buscando nomes,<br />
mas os nomes não vieram.<br />
Acho que eles continuam<br />
é escondido atrás das árvores,<br />
debaixo das pegadas,<br />
na pulga atrás da orelha.<br />
<br />
Tenho a impressão de que estou viva,<br />
e os meus amigos,<br />
essas conversas nossas.<br />
<br />
Mas o que estou falando é sensação, ora essa!<br />
<br />
Esse sentimento descarnado,<br />
feito de poucas proteínas,<br />
etéreo, vindo não se sabe donde.<br />
<br />
Tenho a impressão que passa o dia,<br />
mas se não durmo<br />
é ele ainda.<br />
Se não como,<br />
é ele em nada.<br />
<br />
Tudo que posso imaginar é possível:<br />
só não se sabe onde, não se sabe quando.<br />
<br />
Até onde a realidade resiste à sua hipótese?Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-278981600504690417.post-70562803341546285932012-09-28T11:09:00.001-07:002012-09-28T11:09:08.564-07:00<br />
Quebre a casca<br />
para quebrar as cadeiras!<br />
Ana Luísa Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/11055920000749844354noreply@blogger.com0