terça-feira, 26 de julho de 2011

Lucy in the sky with diamonds (descontraindo)

Aconteceu numa bela tarde de domingo. O céu começou a quebrar. Primeiro apareceu uma rachadura na altura da Argentina, depois outras fissuras tomaram o firmamento na África e subiram velozmente no sentido do hemisfério norte.
Caiu o primeiro pedaço; era mesmo azul como víamos aqui debaixo , depois outro e mais outro, até o céu desaparecer.
Um buraco negro era o que havia depois do céu, e um vento congelante, soprando cada vez mais forte.
A ventania só aumentava e tudo que estava sobre a Terra agora, como os pedaços de céu, eram arremessados para fora, em direção ao vazio.
Em questão de minutos a crosta terrestre estava limpinha - couro liso como uma careca. E todo o resto flutuava em torno como um grande lixão orbital. - Ou confete cósmico, se preferirem.
Não havia como voltar: estávamos definitivamente vagando no vazio.
De repente alguém gritou: Vamos fazer uma fogueira!
Outro perguntou: Para quê?
- Para acender o baseado, ora essa!

Da pele fina do amor

A parte o músculo, tudo em mim é egoísmo.
O amor passa como sombra. Acontece de repente em situações recortadas a fogo.
É quando quero o sorriso e o brilho nos olhos - inocentes - daqueles moços,
É quando sinto pena das sinas humanas,
Quando cuido do vôo de um inseto calado
ou da timidez de uma árvore pequena.

E entre um quando e outro
sinto desejo de abandonar,
de fugir comigo para largos
onde só eu me ame,
onde a natureza seja minha mãe -e inimiga confessa pois gosto de adversários insuperáveis.
onde o tempo seja aquele da lembrança: saudade.



...



Não brigo por atenção
Não clamo por dedicação
Não dou passo no caminho.
Calculo
Espio
Desligo
Saio de mansinho pela porta dos fundos
Corro o mais rápido possível
Cuido para não ser seguida
Respiro

Àqueles que tem família - e pessoas -
que se ocupem da rotina, do bate-boca,
do vinho e dos pedaços da cidade: barulho
Talheres
Buzinas
Televisão

Não estou.