Sinto falta de um amigo. Um amigo sem interesse, para brincar.
Sinto falta de mim; daquela garota que tinha uma história viva
(O que era falar com ela todos os fins de semana?)
Havia realidade - eu era real.
Os outros eram o mundo, eram paisagem, o cenário onde nossa brincadeira acontecia. Somente nós éramos reais.
Quantos enterros meus fiz!
Sepultei-me várias vezes,
e ainda não estou lá onde me deixei.
Vago.
O que sobrou de mim? Pele, carne, ossos,
pedaços organizados em forma de corpo.
sábado, 19 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Corpo ali
Pedaço de algo abrunhado junto a outros objetos depositados num espaço quadrado a que chamamos casa. Sou eu. Pedaço mole, de cor amarelada, movente. O tempo vai esticando tudo; meus braços cada vez mais largados, minhas pernas mais desordenadas, minha cabeça, uma esfera atônita pendendo sobre ossos. Um amontoado, uma massa, um ajuntado de pedaços moles a ficar.
Assinar:
Postagens (Atom)