Na janela,
de repente
um pássaro.
Não,
um ACONTECIMENTO!
Constatação de Íris
(fantástica criança, neta de um grande amigo).
domingo, 30 de setembro de 2012
Esses presentinhos que nos chegam dos amigos pelas luminosas fibras óticas.
(De Bruno Darcoleto Malavolta):
Ana é
talvez de luzes
de Vasco e
Cellos sob um nevoeiro.
Música
ofuscada
entre
folhas.
Desfeito o
ninho, é
pássaro
sem
espécie:
é inútil
seguir Ana, que sem guia
não
obstante obscura se irradia.
(Que
caminho seguir a seguir Ana?)
Orfeu,
Eurídice,
Antígona,
antes
Luísa,
depois Ana.
Doce Ana:
mato em flor, flor de mato.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
A Realidade da Hipótese
O povo chega aqui buscando coisa.
Eu cheguei buscando coisa.
Eu cheguei buscando o mundo,
mas o mundo das coisas,
o mundo das minhas certezas ocultas,
minhas (des)confianças todas.
Aquilo de que sei
mas não sei dizer,
não sei fazer,
não sei dançar.
Cheguei aqui buscando nomes,
mas os nomes não vieram.
Acho que eles continuam
é escondido atrás das árvores,
debaixo das pegadas,
na pulga atrás da orelha.
Tenho a impressão de que estou viva,
e os meus amigos,
essas conversas nossas.
Mas o que estou falando é sensação, ora essa!
Esse sentimento descarnado,
feito de poucas proteínas,
etéreo, vindo não se sabe donde.
Tenho a impressão que passa o dia,
mas se não durmo
é ele ainda.
Se não como,
é ele em nada.
Tudo que posso imaginar é possível:
só não se sabe onde, não se sabe quando.
Até onde a realidade resiste à sua hipótese?
Eu cheguei buscando coisa.
Eu cheguei buscando o mundo,
mas o mundo das coisas,
o mundo das minhas certezas ocultas,
minhas (des)confianças todas.
Aquilo de que sei
mas não sei dizer,
não sei fazer,
não sei dançar.
Cheguei aqui buscando nomes,
mas os nomes não vieram.
Acho que eles continuam
é escondido atrás das árvores,
debaixo das pegadas,
na pulga atrás da orelha.
Tenho a impressão de que estou viva,
e os meus amigos,
essas conversas nossas.
Mas o que estou falando é sensação, ora essa!
Esse sentimento descarnado,
feito de poucas proteínas,
etéreo, vindo não se sabe donde.
Tenho a impressão que passa o dia,
mas se não durmo
é ele ainda.
Se não como,
é ele em nada.
Tudo que posso imaginar é possível:
só não se sabe onde, não se sabe quando.
Até onde a realidade resiste à sua hipótese?
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Esse
negócio de poesia é meio briga.
Briga com
qualquer pedaço de pão,
lamela,
trunfo ou bateria.
Quando a
gente quer um sonido a mais
um beijo no
cais,
a troca do
hoje pelo amanhã de ontem
e todas
aquelas coisinhas que vagam pelo interstício do sonho das calçadas.
Um estalido
de não sei
Um
roça-roça de alfinetes coloridos
Nas tranças
de um céu carapinhado.
Um chupão
de marimbondo caboclo
Que faz dor
mas mela o sangue de euforia: “tô vivo e com raiva!”
Esse
negócio de poesia é meio briga
Briga com
qualquer sabedoria que
Não sinta o
bocado de bagunça
Do dia que
enfia outro dia
No fundo da
noite imparcial.
Com qualquer
sabedoria desentendida
Dos bichos
nadadores que flutuam em nossas sombras,
Tornam o
nicho o bucho da baleia encantada
das horas-faísca
E nos
contam da letal perseverança celular
nos olhos abertos, perplexos, de vagar.
sábado, 22 de setembro de 2012
Diadorim
Homem nuvem, menina terra.
Rosto do mistério, do "sem fim".
Lembrança do tempo corrente, sem razão.
Da tragédia do que é vivente
no meio do redemunho da certeza
de ser tão nenhuma exceto a do fio que não se prende
mais do que à lei de cair um dia pelas terras abertas do chão.
A quem nunca fora dado outro nome
além daquele que se podia incerto:
Sertão.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Algumas pequenas dicas para ganhar em qualidade de vida:
Sempre que possível, ande descalço;
sente no chão;
role sobre o chão.
Acocore-se.
Joque as pernas para trás da cabeça
e a cabeça para a frente das pernas.
Trepe em árvores.
Pendure-se nos postes pela rua.
sente no chão;
role sobre o chão.
Acocore-se.
Joque as pernas para trás da cabeça
e a cabeça para a frente das pernas.
Trepe em árvores.
Pendure-se nos postes pela rua.
Faça caretas;
olhe para cima (não se esqueça das estrelas);
incline-se para as laterais, para a frente e para trás, sentindo o puxão da Terra.
Chacoalhe os braços no ar;
Ande um pouco sobre quatro apoios: braços e pernas.
Mastigue vento imaginando coisas deliciosas;
espalme as mãos e os pés para frente.
Experimente girar;
experimente deixar-se cair;
Dá de que vai, mas não vai: inverta o rumo do passo.
Tente novamente a descoberta do corpo, tal como um dia fez na infância;
e dance.
olhe para cima (não se esqueça das estrelas);
incline-se para as laterais, para a frente e para trás, sentindo o puxão da Terra.
Chacoalhe os braços no ar;
Ande um pouco sobre quatro apoios: braços e pernas.
Mastigue vento imaginando coisas deliciosas;
espalme as mãos e os pés para frente.
Experimente girar;
experimente deixar-se cair;
Dá de que vai, mas não vai: inverta o rumo do passo.
Tente novamente a descoberta do corpo, tal como um dia fez na infância;
e dance.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
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