sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A Realidade da Hipótese

O povo chega aqui buscando coisa.
Eu cheguei buscando coisa.
Eu cheguei buscando o mundo,
mas o mundo das coisas,
o mundo das minhas certezas ocultas,
minhas (des)confianças todas.
Aquilo de que sei
mas não sei dizer,
não sei fazer,
não sei dançar.

Cheguei aqui buscando nomes,
mas os nomes não vieram.
Acho que eles continuam
é escondido atrás das árvores,
debaixo das pegadas,
na pulga atrás da orelha.

Tenho a impressão de que estou viva,
e os meus amigos,
essas conversas nossas.

Mas o que estou falando é sensação, ora essa!

Esse sentimento descarnado,
feito de poucas proteínas,
etéreo, vindo não se sabe donde.

Tenho a impressão que passa o dia,
mas se não durmo
é ele ainda.
Se não como,
é ele em nada.

Tudo que posso imaginar é possível:
 só não se sabe onde, não se sabe quando.

Até onde a realidade resiste à sua hipótese?

Nenhum comentário:

Postar um comentário