Esse
negócio de poesia é meio briga.
Briga com
qualquer pedaço de pão,
lamela,
trunfo ou bateria.
Quando a
gente quer um sonido a mais
um beijo no
cais,
a troca do
hoje pelo amanhã de ontem
e todas
aquelas coisinhas que vagam pelo interstício do sonho das calçadas.
Um estalido
de não sei
Um
roça-roça de alfinetes coloridos
Nas tranças
de um céu carapinhado.
Um chupão
de marimbondo caboclo
Que faz dor
mas mela o sangue de euforia: “tô vivo e com raiva!”
Esse
negócio de poesia é meio briga
Briga com
qualquer sabedoria que
Não sinta o
bocado de bagunça
Do dia que
enfia outro dia
No fundo da
noite imparcial.
Com qualquer
sabedoria desentendida
Dos bichos
nadadores que flutuam em nossas sombras,
Tornam o
nicho o bucho da baleia encantada
das horas-faísca
E nos
contam da letal perseverança celular
nos olhos abertos, perplexos, de vagar.
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