Chovia sem espaço entre as gotas. O barulho d’água não permitia que ninguém conversasse: estavam todos hipnotizados, como a platéia esperando o clímax da ópera. A chuva se impunha forte e impávida dominando todas as criaturas. Não tardou, e um grande rio levantou correndo da encosta; feliz, descia rindo e agitando suas bandeiras. Ninguém conseguia amar naquela hora, eram todos o desengano: o medo de Deus, a consciência de sua miséria. Mas havia um – e apenas um – que respirava aquela tormenta: Nijinski, que dançava e dançava, celebrando a chegada dos pais.
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