terça-feira, 3 de abril de 2012

Lá Onde o Vento Faz a Curva

Ah, o outono!
Tens meu amor constante,
sorriso doravante.
Pedaço de luz
coberto de fim distante.
Gosto do frio suposto que enverga,
da manta velha que lembra,
do seu anúncio de muitos adeus.
Do amiúde quietar das pessoas a voltar do trabalho.
A rotina embarcada
no seu obliquo olhar para o nunca.

Outono velho
com o cheiro das quentes fumaças
da queimada de cana - o imediato embaçado.
Da criançada festiva a deixar a escola
em brincadeiras pastéis de amarelo e azul
Pelo fim da tarde, pela noite a vir.

Outono meu
que é tão interior,
tão das pequenas cidades
onde existem silêncios...
Filete de movimento entre cortes delicados...

Bomba de despedida
que me convida a partir sem lastro
Por alargar tempo e espaço.

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