Soraia não era. Penso este nome agora, no momento em que imagino a porta a se mover só.
Ele me contou hoje alguma coisa de sua história: atravessou iguarias do mundo comercial, ganhou muito dinheiro para a pouca idade...Quase um Marco Pólo denso: de longas viagens por poucos kilômetros. Ele é um inventor de si - poucos ousariam sê-lo. Largou "tudo", no entanto, para ser outro.
Com ele reví-me: sem metamorfoses. Tinha sempre sido outra. Mas hoje, depois da sua história, olhei no espelho e lembrei dela, minha espera. Soraia não era, seu nome era outro - mas prefiro não dizer: é muito meu. Sou sua espera, seu tempo esticado nos arredores. Quando nos veremos?
Sonhei com ela (ele também) noite passada, mas me recordo somente de um abraço; um abraço imagético: uma projeção a que assistia.
E fico... Estado de permanência...
Quantos anos mais meu sorriso há de envelhecer até que passe essa solidão de não poder mais dizer: mãe?
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