Real é o sertão:
O nada
amplo
mudo
verde
ocre
Quente e iluminado
Onde mato canta vento e insetos compõem silêncio.
...
O poema é a única companhia de um homem só
que observa do parapeito
do último andar de um prédio
a movimentação silenciosa da cidade
de brinquedo…
Lá embaixo
E as nuvens desbotadas e gastas – velhas tias a tomar sopa
depois do banho
Lá em cima.
...
Estou velha
Já tenho o pai morto.
Uma morte próxima
dobra o passado
O sofrimento conta mais anos.
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