sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A Folha Solta


Atacada de liberdade,
Perseguiu-me desesperada,
Rolando suplicante pelo chão.
Dei de banda, pois,
Não queria ouvir o seu lamento.

Porém, quando bateu à porta a noite,
A notícia: a folha estava morta.
E foi de golpe de vento.
Seu cadáver na minha porta,
Com a culpa indesculpável a seu lado
Indagando-me:
Por que não acudi a tempo?

Sem razão, e já com a infeliz sobre a mão,
Disse-lhe baixinho, envergonhada:
Não entendi que clamava pela árvore mãe,
Tomei-lhe por vegetal a lastimar a independência.

Hoje, na tarde de ventania – eu não sabia –
Fui seguida por uma folha livre
Que morria...

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