sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Insustentável


Nalgum lugar sem tempo
sinto seu corpo jovem.
No poço de minhas mágicas aletrias
você existe várias vezes, você existe

 várias formas,
 fluindo por todos os ramos de minha árvore sanguínea.

No lastro dos meus sonhos
você está vivo: todo sorrisos,
esquecido dos amores de outras noites.
Diz palavras 
labirintos para meus ouvidos
como quem de repente acode um nascimento.

E então mais uma vez puxo-lhe
do fundo infinito eu  

para ter suas mãos na boca cega do meu desejo.

Depois da realidade,
dentro de mim, você é assim:
o homem cansado da máscara da tragédia

que se liberta e vem

com vontade de ser mais.  

2 comentários:

  1. o amor... e mau
    o amor e mau... muito mau
    se embrenha nas florestas
    esperando as criancinhas.
    E come as vovos, e titias...
    tambem cheira a prima,
    e lambe a virgem maria
    degustando-a como um pao doce,
    de acucar envelhecido
    O amor oferta o paraiso
    Enche o rio da fronteira
    entre o conforto e o medo
    entre o sentido e o suicidio

    O poeta tentou se suicidar
    ou quase...
    em ultima hora lhe faltou coragem
    para ser poeta de verdade.

    E assim resolveu... ver o dia
    e experimentar o mundo real
    regido pelo sol,
    por tudo aquilo que e normal
    e viu...
    os homens irem a seus trabalhos
    despedirem de suas mulheres,
    beijando-as nos labios.

    o engarrefamento da consolacao
    e da Augusta
    E viu, o homem sao,
    o tormento do bebado estropiado,
    o banco ocupado, por dois belos homens
    enamorados
    O almoco rapido,
    do servinte apressado.
    A fila desdobrando a esquina
    do edificio-pai, o vai e vem,
    transpondo o corpo urbano
    Exatas-numericas-mentes abstratas
    histericas...
    cidade- sitio humano,
    o por do sol
    fim da tarde
    distante - arrastado
    de sonho e a realidade.

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  2. Este poema faz par com um outro que escrevi (está aqui). Da menina tomando chá de canudinho...

    Pedro, você está com ideias, menino!

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